Nós, Filhos do Carbono e do Amoníaco


Na última quarta feira, 10 de junho, a Cia. Mimésis estreou um curta metragem entitulado Nós, Filhos do Carbono e do Amoníaco, dirigido por Felipe Veríssimo, que retrata em seus cortes situações características do ser humano, elaboradas cuidadosamente para que cada cena pudesse ser interpretada de forma diferente por cada público. Em cada cena construída houve uma inclusão de artistas com diversas habilidades em multimeios, que possibilitaram a viabilidade desse método peculiar de produção para que os intérpretes, com sua ampla determinação, pudessem vencer as limitações do isolamento social ocasionado pela pandemia de covid-19 para compilar seus esforços em um único trabalho. 



A elaboração dessa obra foi possível pela junção de muitos fatores. Dentre eles, a sinergia presente nas obras retratadas na performance, análises, carga emocional envolvida, dentre tantos outros presentes para desempenhar com êxito cada função. A criatividade e empenho de todos os envolvidos para dar vida ao espetáculo foi crucial para o desenvolvimento do curta metragem, pois esse foi produzido em um período de apenas sete dias. Nós conta com presença de duas obras escritas pelo artista da Cia. Mimésis Jonas Fortuni, Carta à Mãe e (Des)explicação, bem como a obra de Augusto dos Anjos, sendo esse responsável por grande nostalgia, pois essa está nos alicerces da fundação da Cia. Mimésis. Nós, Filhos do Carbono e do Amoníaco foi escolhido para representar a Cia. Mimésis no evento cultural Mergulho Teatral do Vale do Jaguaribe, que acontecerá virtualmente no dia 13 de junho de 2020.


A seguir, alguns dos artistas da Cia. Mimésis envolvidos prestam depoimento de como foi participar da produção desse projeto:

Felipe Veríssimo

De início eu não gostei da ideia. Eu não queria fazer um projeto em sete dias por conta da pressão, mas aí eu tive a ideia de fazer o Nós como um projeto de sete dias e o Nós tem um significado para a Mimésis que é mais do que um projeto normal, pois fala sobre tópicos em que a Mimésis foi até fundada neles. Então para mim foi bom relembrar dos tempos, foi bom também ressignificar a Mimésis e essa é a base teórica. Agora, colocando a mão na massa foram outros quinhentos. Temos poucas pessoas que durante a quarentena podem estar disponíveis para a Mimésis e eu não me abalei porque eu sabia que eu tinha que fazer com o que dava para fazer e foi árduo. Por isso eu citei todas elas nos créditos, porque nada disso seria possível sem elas.


Jonas Fortuni

Foi um imenso prazer, porque a história inicial da Mimésis começou com Augusto dos Anjos. Primeiro veio o Eu, do Café Literário, que foi quando nasceu a Mimésis. Depois veio o Ele, que foi adaptado para apresentar no Flija e no Festeja. E quando eu entrei para a Mimésis, um pouco depois de ter competido contra eles no Festeja, eles tinham acabado de apresentar o Eles e estavam agora se reorganizando. Eu entrei meio perdido porque eles já tinham uma história e eu não havia participado dela ainda. Eu queria escrever no livro dessa história também. E ter participado do Nós me proporcionou isso. Tratar com Augusto dos Anjos reavendo o artista, as origens da Mimésis, trabalhando a arte da forma que fez a Mimésis nascer; foi incrível. Pude participar com dois textos originais meus e pude também gravar com um texto que não era meu, mas foi muito maravilhoso e muito gostoso recitar na minha voz a obra de outro artista e a gravação também. Tentei me inspirar ao máximo para fazer tudo o que foi pedido porque eu sabia que seria uma obra muito bonita. Foi um grande prazer participar do Nós.


Jullya Gurgel

Foi muito gratificante para mim, tudo que é associação à arte me encanta. Me senti muito bem participando e dando até mesmo uma representatividade feminina, já que era um projeto com uma voz mais masculina.


Layne Silveira

Foi maravilhoso e bem nostálgico trabalhar com Augusto dos Anjos de novo.


Marcos Oliucha

Desafiador. Eu amo desafios. Descobri que Eu, Ele e Nós estão no mesmo fétido barco.



Em agradecimento especial à produtora Quatro de Paus e a pessoa física Maria Elisa Campelo. Apenas com sua ajuda foi possível elaborar um curta metragem dessa magnitude em sete dias.



No mais... a arte prevalece!


Publicado Por: Eduardo Rodrigues

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